terça-feira, 30 de agosto de 2011

Doenças que eu desconhecia, Parte I- A Coréia ou "dança de São Vito"


Paciente acometido
de coréia de Sydenham

A coreia de Sydenham corresponde a uma alteração no sistema nervoso central, decorrente da doença reumática, encontrada em pessoas que têm sensibilidade especial a infecções causadas por estreptococos. Tal afecção é considerada uma das grandes manifestações da atividade reumática, ou seja, uma das alterações que aparece nas fases ativas do reumatismo infeccioso. No entanto, precisa ser diferenciada de vários outros quadros clínicos de origem diversa, e especialmente, da coréia de Huntington.

MANIFESTAÇÕES- os movimentos coréicos são característicos: várias partes do corpo movem-se desordenadamente. Em geral são movimentos dos membros e da face. Embora o paciente tenha consciência da "dança", ela é totalmente involuntária. Varia desde pequenos movimentos de curta duração de dedos, artelhos, mãos, pés e lábios, até agitação muscular intensa, quase permanente. Nos casos mais graves, os movimentos anormais impedem a preensão de objetos, a marcha e a fala.
A coréia é evidenciada, particularmente, pelo tremor quase contínuo das mãos.
A coréia de Sydenham pode ser a única manifestação clínica da doença reumática em atividade. Constitui nesses casos, a coréia isolada ou pura. Mais frequentemente é acompanhada por outras manifestações: febre, mal-estar, fraqueza, lesões cardíacas ou inflamação de articulações. Como a doença reumática, a coréia de Sydenham afeta sobretudo crianças (entre dez e quinze anos), principalmente as do sexo feminino.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Os maiores pintores de todos os tempos. Parte 1: Henri Matisse


As Margaridas, 1919.



Henri Matisse é largamente considerado o maior colorista do século XX, e rival de Pablo Picasso no que se refere a importância de suas inovações. Surgiu como pós-impressionista e alcançou a primeira notoriedade como líder do movimento francês chamado Fovismo. Embora interessado no Cubismo, ele o rejeitou, procurando ao contrário deste usar a cor como fundamento para suas pinturas expressivas, decorativas e frequentemente monumentais. Como certa vez escreveu, causando controvérsia, sua procura era a criação de uma arte que seja "uma reconfortante e calma influência ao espírito, semelhante a uma boa poltrona". Naturezas-mortas e nus foram seus temas prediletos durante toda a sua carreira; a África do Norte também foi uma importante inspiração e chegando ao fim de sua vida, ele deu uma importante contribuição às colagens com uma série de trabalhos usando recortes de formas coloridas. Matisse também é altamente considerado como escultor.

Grandes discos que todos que gostam de rock já ouviram


LED ZEPPELIN- "Led Zeppelin I"

Desde o início, o Led Zeppelin teve um som distinto e totalmente desenvolvido, como bem comprova seu homônimo álbum de estreia. Levando ao extremo o blues pesado e elétrico de Jimi Hendrix, Jeff Beck e Cream, o Zeppelin criou um majestoso e poderoso estilo de guitar rock, baseado em simples e memoráveis riffs e ritmo pesado. Porém a chave para esse ataque da banda estava nas sutilezas: não era somente uma investida de guitarras no último volume, era sombrio e texturizado, cheio de alternâncias nas dinâmicas e tempos.
Como “Led Zeppelin I” prova, desde o início a banda era capaz desta musica multi-facial. Embora os extensos blues psicodélicos de “Dazed and Confused”, “You Shook Me” e “I Can´t Quit You Baby” geralmente recebem uma maior atenção, o restante do álbum é a melhor indicação daquilo que viria mais tarde.“Baby, I´m Gonna Leave You” alterna entre estrofes suaves e refrões nervosos. “Good Times, Bad Times” e “How Many More Times” possuem bacanas e embaralhados blues; “Your time is Gonna Come” é um hino de hard rock. “Black Mountain Side” é pura música popular inglesa; e “Communication Breakdown” é um rock frenético com um pegada quase punk.
Embora o álbum não seja tão variado quanto alguns dos trabalhos posteriores da banda, marca contudo um significativo ponto de mutação na evolução do hard rock e do heavy metal.
(texto de Stephen Thomas Erlewine, no site All Music Guide.Tradução minha)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Grandes Discos que muita gente diz ter ouvido, mas bem poucos se lembram ou na verdade, não o ouviram mesmo, parte I


VELVET UNDERGROUND- “The Velvet Underground” (1969)
    Á primeira impressão, o terceiro e auto-intitulado álbum do Velvet Underground deve ter surpreendido seus fãs quase tanto quanto seus dois primeiros álbuns devem ter chocado a minoria de fãs de música mainstream que os ouviam. Depois de testar os limites de quanto o rock poderia ser musicalmente e tematicamente desafiador em “Velvet Underground & Nico” e “White Heat/White Light”, esta produção de 1969 soa econômica, calma e contemplativa, como se os dois primeiros álbuns houvessem documentado uma festa um tanto maníaca, carregada de anfetaminas e neste a controlada manhã seguinte. (a relativa calma do álbum é frequentemente atribuída a saída de John Cale, seu membro mais vanguardista, no outono de 1968; a chegada de um novo baixista Doug Yule; e o roubo dos amplificadores da banda um pouco antes das gravações começarem). Porém, a exploração lírica do submundo por Lou Reed aqui é apaixonada como em nenhum outro álbum, embora demonstrando uma cordialidade e uma compaixão que algumas vezes nega suas características. “Candy Says”, “Pale Blue Eyes” e “I´m Set Free” talvez estejam mais distantes daquilo que a banda fez no passado, mas “What Goes On” e “Begining to see the Light” deixa claro que o VU ainda amava o rock and roll e “The Murder Mistery” (que mistura e combina quatro narrativas poéticas separadamente) é tão corajosa e descompromissada quanto qualquer coisa em “White Heat/White Light”. Este álbum, comparado aos outros álbuns de estúdio do grupo é o que menos soa como VU, porém é tão pessoal, honesto e comovente quanto qualquer outra coisa que Lou Reed tenha se engajado a gravar.
    (texto de Mark Deming no site All Music Guide.Tradução minha)
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Grandes discos que somente meia dúzia ouviram, Parte II


The Beau Brummels, "Triangle" (1967)

A jóia da coroa dos The Beau Brummels, "Triangle" foi um inesperado adeus ao estilo 'construtores de sucessos' que caracterizou os anos iniciais da banda, demonstrando um crescente amadurecimento de Ron Elliot como compositor. Todos os estilos musicais usuais da banda (folk, country-swing, brit-pop) ainda são ouvidos no álbum, mas as músicas aqui estão adicionadas de uma aura mística. Sepultado comercialmente pela concorrência de nomes como "Sgt.Pepper" dos Beatles, "Triangle" compartilha com estes a premissa de músicas unidas por um vago tema comum, no caso aqui, um ruminativo círculo onírico (embora neste caso, seja exagerado chamá-lo de álbum conceitual). A requintada "Magic Hollow", agraciada com o delicado cravo de Van Dyke Parks, é certamente o ponto alto do LP. Idealizada para ser lançada como compacto, ela mal apareceu nos rankings das paradas de sucessos, ainda que permaneça uma das mais belas músicas da carreira dos Beau Brummels. As primeiras cinco músicas do disco "Are You Happy?", "Only Dreaming Now", "Painter of Women", "Keeper of Time" e "It won´t get better"- formam um todo surpreendentemente coerente e coeso, apesar das diferenças marcantes entre elas. O acordeão em "Only Dreaming Now" transporta o ouvinte ao Montmartre parisiense, enquanto "Painter of Women" sugere areias movediças do Oriente Médio. A imaginação lírica de Elliot nestas músicas e em "The Wolf of Velvet Fortune" são particularmente marcantes e a rica expressão vocal de Sal Valentino as eleva a níveis sublimes.
Por muito tempo ignorado por especialistas em rock, "Triangle" (deixando todas as hipérboles de lado) é um álbum refinado que merece ser ouvido por uma público maior.

(texto de Stansted Montfichet, no site All Music Guide. Tradução minha)

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Grandes Discos que somente meia dúzia ouviram, parte I


Dusty Sprigfield- "Dusty in Memphis"

As vezes a memória exagera ou distorce a qualidade de gravações consideradas legendárias, mas no caso de "Dusty in Memphis", os anos apenas fortaleceram sua reputação. A ideia de capturar a rainha do soul inglês e levá-la rumo ao lar da música que ela dominou, foi uma das grandes. O time de produção e engenharia formado por Jerry Wexler, Tom Dowd e Arif Mardin escolheu em grande parte canções perfeitas e mesmo aquelas que não eram assim tão boas foram salvas pelo maravilhoso empenho e técnica de Springfield. O conjunto possui peças definitivas como em "So Much Love"; "Son of a Precher Man"; "Breakfast in Bed"; "Just One Smile"; "I don´t want to hear about anymore"; e "Just a Little Lovin" e de bônus três faixas: uma não publicada versão de "What do you do when Love dies" e "That Old Sweet Roll (Hi-De-Ho).

Verdadeiramente um disco que merece o status de clássico.


(texto de Richie Unterberger, do site All Music Guide. Tradução minha)

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