sexta-feira, 27 de julho de 2012

Grandes frases que nunca ninguém ouviu, Parte II




"Antes bêbado do que idiota" (João Netto, alcoólatra convicto e semi-intelectual nas horas vagas)

"Meu médico morreu da mesma doença da qual ele não me curou" (epitáfio de Henrique Spezia)

"A moda é gostar de cães. Por isso eu prefiro os gatos, eles são avant-garde" (Ernestina de Souza, dona de 37 gatos e marchand aposentada)

"O melhor regime do mundo é ser miserável" (Milton dos Campos, miserável)

"As pessoas só começaram a me respeitar depois que eu rezei o Pai-Nosso em latim. Isso sempre impressiona e assusta, as pessoas sempre temem o desconhecido" (Zildo Schlwiskaia, funcionário público")


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Letras antíteses de "Ai, seu eu te pego", Parte IV

"When I Die" (Laura Nyro)


Tanto pode ser uma letra altamente pessimista, mas também pode ser ouvida como realista, resignada e ao final de contas, quem sabe até mesmo otimista. Nyro, uma excelente compositora que até fez algum sucesso como cantora no final dos anos 60, fez uma espécie de epitáfio em vida. Ela começa a música ''Eu não tenho pavor de morrer, e eu realmente não me importo, se quando eu morrer eu encontrarei a paz. Deixo o tempo chegar para saber se há paz no morrer". Tétrico, não? Mas há beleza nisso também, principalmente no seu refrão, "e quando eu morrer, e quando eu me for, haverá uma criança que nascerá para levar o mundo adiante", uma realidade talvez (talvez) reconfortante. Ela usa também uma ironia genial, fruto da mente cristã ocidental, quando diz que "Eu juro que não há céu, mas rezo para que não haja inferno" e conclui, resignada que "isso eu não vou saber em vida, só a morte me responderá". A versão musical de Nyro é mais emocionada, típica das interpretações da cantora. Eu conheço uma excelente versão da banda de jazz-rock "Blood, Sweat and Tears", que utiliza de arranjos mais elaborados, que inicia-se com um triste solo de harmônica, mas com o passar da música a banda vai aumentando o vigor,da interpretação, resultando em uma tradução musical bem mais alegre.


A VERSÃO DE LAURA NYRO:








Link para download, versão de Blood, Sweat and Tears:








quarta-feira, 4 de julho de 2012

Estórias com Moral, Parte II

O melhor amigo do inimigo


O amigo devia para todo mundo no bairro, da mãe para baixo. Ele tinha uma pessoa para a qual mais devia, que era o melhor amigo. Ele também devia (muito) para Carlinhos Boca Brava, deixando inclusive este último com o nome sujo na praça. Carlinhos Boca Brava para fazer jus a alcunha, resolver dar um basta aquela situação, pegou sua arma, um revólver 38, e foi até a casa do devedor. No caminho encontrou o melhor amigo do devedor, que ao saber das intenções do Boca Brava tentou demovê-lo da intenção. Boca Brava ficou bravo, matou o melhor amigo do inimigo, foi preso logo em seguida e pegou 10 anos de cadeia, morrendo 2 anos depois em uma briga dentro do presídio. 


Moral da estória: o devedor se livrou de duas dividas.






A comida


Um homem entrou em um restaurante. Serviu-se no bufê, e sentou-se próximo a porta. Uma dupla de assaltantes entrou logo em seguida e fez a tradicional coleta no caixa e por extensão nos clientes. Ao chegarem no homem da nossa estória, que mal havia começado a comer, um deles disparou em tiro certeiro na boca do homem, por estar a boca deste (do homem) suja de feijão.


Moral da estória: O homem morre pela boca e nem só de pão vive o homem, mas morre também.


O sermão do Padre 


Era um frio dia de inverno, e poucos vieram ao culto da manhã de domingo. O padre local sentindo a falta de devoção e comprometimento do seu rebanho, fez um sermão severo professando que hoje aqueles que buscam o calor de suas casas e se esquecem de Deus, buscarão o mínimo dos frios para refrescar o mínimo que seja o calor dos infernos. Nisso, uma senhora de seus 77 anos se levantou, e foi embora. O Padre interrompeu o sermão e questionou-a sobre isso, e ela respondeu: "se a gente vai para o inferno só por causa de querer um pouco de calor e conforto, então Padre, se eu for ver os pecados que eu fiz durante a vida, não adianta mais ficar aqui passando frio."


Moral da estória: Ela morreu no caminho de casa. Se foi para o inferno, eu não sei.