quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Grandes discos que somente meia dúzia ouviram, Parte II


The Beau Brummels, "Triangle" (1967)

A jóia da coroa dos The Beau Brummels, "Triangle" foi um inesperado adeus ao estilo 'construtores de sucessos' que caracterizou os anos iniciais da banda, demonstrando um crescente amadurecimento de Ron Elliot como compositor. Todos os estilos musicais usuais da banda (folk, country-swing, brit-pop) ainda são ouvidos no álbum, mas as músicas aqui estão adicionadas de uma aura mística. Sepultado comercialmente pela concorrência de nomes como "Sgt.Pepper" dos Beatles, "Triangle" compartilha com estes a premissa de músicas unidas por um vago tema comum, no caso aqui, um ruminativo círculo onírico (embora neste caso, seja exagerado chamá-lo de álbum conceitual). A requintada "Magic Hollow", agraciada com o delicado cravo de Van Dyke Parks, é certamente o ponto alto do LP. Idealizada para ser lançada como compacto, ela mal apareceu nos rankings das paradas de sucessos, ainda que permaneça uma das mais belas músicas da carreira dos Beau Brummels. As primeiras cinco músicas do disco "Are You Happy?", "Only Dreaming Now", "Painter of Women", "Keeper of Time" e "It won´t get better"- formam um todo surpreendentemente coerente e coeso, apesar das diferenças marcantes entre elas. O acordeão em "Only Dreaming Now" transporta o ouvinte ao Montmartre parisiense, enquanto "Painter of Women" sugere areias movediças do Oriente Médio. A imaginação lírica de Elliot nestas músicas e em "The Wolf of Velvet Fortune" são particularmente marcantes e a rica expressão vocal de Sal Valentino as eleva a níveis sublimes.
Por muito tempo ignorado por especialistas em rock, "Triangle" (deixando todas as hipérboles de lado) é um álbum refinado que merece ser ouvido por uma público maior.

(texto de Stansted Montfichet, no site All Music Guide. Tradução minha)

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