The Slits-"Cut"
A onda punk na segunda metade dos anos 70,veio como uma avalanche de rebeldia e assim como um avalanche logo passou (claro, bandas punks existem aos montes até hoje, mas o pico do movimento foi naqueles anos), mas deixou seu legado na música pop ocidental, derivando de si estilos como o new wave, o art-punk e o hardcore. The Slits é uma banda feminina única: a vocalista é uma adolescente alemã, que cantando com um sotaque fortíssimo foi a inspiração clara no modo de cantar da cantora Björk e a bateirista Palmolive é um primor no quesito criatividade. As canções podem ser rotuladas de art-punk, pois vão além dos três acordes, principalmente pelo modo de condução e o tempo.Começando com "Instant Hit", maravilhoso arranjo com contrapontos vocais quase atonais e detalhes de flauta doce, falando sobre o amor à um rapaz que acaba se encontrando com outra figura feminina, a heroína ("he is set on self-destruct"), com "Though" temos uma espécie de homenagem aos dois integrantes mais famosos do Sex Pistols, com tambores primais e riffs minimalista; a interessante crítica ao capitalismo em "Spend, spend,spend"; "Newton", um marido como todos os outros que passa seus dias 'Sniffing televisena or taking footbalina" em bom inglês cockney. Segue "Ping Pong Affair", muito criativo musicalmente, uma espécie de funk com o compasso errado, e que narra sobre um relacionamento cheio de idas e vindas, passado brilhantemente à melodia.O manifesto feminino (mas não feminista) de "Typical Girls", e a maravilhosa versão de "I heard through the Grapevine".
A capa do álbum mostra as integrantes da banda, semi-nuas (e sempre lembrando que uma delas tinha 17 anos), cobertas de lama e vestida como primitivas. The Slits é um disco único.
Link para download: http://depositfiles.org/files/rf80063gs
domingo, 31 de março de 2013
quinta-feira, 14 de março de 2013
Obras incrustadas em Pedra, Parte IV
Johannes Vermeer (1632-1675); "A Leiteira" (cerca de 1658)
Num austero interior do século XVII, uma jovem robusta executa com atenção a tarefa de despejar o leite de uma jarra em uma vasilha sobre a mesa.Sua concentração contribui para a quietude da cena, em que o único ruído sugerido provém do leite escorrendo sobre a vasilha.Nesse ambiente profundamente íntimo, o tempo parece imóvel.Johannes Vermeer proporciona drama e significado a um despretensioso momento doméstico.Mestre da observação do cotidiano, ele era meticuloso no detalhe, como evidenciado pelo prego na parede e pelas manchas na caiação.Seu tratamento de luz e da somba revela grande perícia; luz que cai sobre a leiteira destaca seus antebraços pálidos e dirige o olhar do observador para o leite que escorre.O amarelo e o azul do corpete e do avental da leiteira brilham na luz e se repetem na toalha e nos demais objetos colocados sobre a mesa. Embora A leiteira não seja um retrato, o observador não tem dúvida de que o quadro foi pintado a partir da observação direta e de que as feições cuidadosamente retratadas da moça pertenceram a uma pessoa real (Tanneke Everpoel, empregada da família Vermeer pode ter posado para o quadro). O realismo da cena não deve, porém, ofuscar o talento do artista, cuja composição foi cuidadosamente planejada para dar autenticidade ao quadro.
(extraído do livro "Tudo Sobre Arte", de Stephen Farthing, p.228, Ed.Sextante,2010)
Num austero interior do século XVII, uma jovem robusta executa com atenção a tarefa de despejar o leite de uma jarra em uma vasilha sobre a mesa.Sua concentração contribui para a quietude da cena, em que o único ruído sugerido provém do leite escorrendo sobre a vasilha.Nesse ambiente profundamente íntimo, o tempo parece imóvel.Johannes Vermeer proporciona drama e significado a um despretensioso momento doméstico.Mestre da observação do cotidiano, ele era meticuloso no detalhe, como evidenciado pelo prego na parede e pelas manchas na caiação.Seu tratamento de luz e da somba revela grande perícia; luz que cai sobre a leiteira destaca seus antebraços pálidos e dirige o olhar do observador para o leite que escorre.O amarelo e o azul do corpete e do avental da leiteira brilham na luz e se repetem na toalha e nos demais objetos colocados sobre a mesa. Embora A leiteira não seja um retrato, o observador não tem dúvida de que o quadro foi pintado a partir da observação direta e de que as feições cuidadosamente retratadas da moça pertenceram a uma pessoa real (Tanneke Everpoel, empregada da família Vermeer pode ter posado para o quadro). O realismo da cena não deve, porém, ofuscar o talento do artista, cuja composição foi cuidadosamente planejada para dar autenticidade ao quadro.
(extraído do livro "Tudo Sobre Arte", de Stephen Farthing, p.228, Ed.Sextante,2010)
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