quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Grandes Discos que somente meia-dúzia ouviram, Parte IX

Wire-"Pink Flag"

Muito moderno! Ouvir o Wire nos dias de hoje, para quem não é estudioso da música, é possível se dizer de que a banda é dos anos 2010. O punk aqui é contido, as vezes beira até mesmo ao pop ou então ao new-wave. Apesar do Wire ser quase que desconhecido, eu senti a influência dele em várias bandas ditas 'punk' dos anos 80 e 90, e até mesmo dos 2000 em diante. São pérolas, que não ultrapassam três minutos de duração e que contagiam na hora. Na obra aqui dissertada, é uma animação só. O início é bem contido, mas logo em seguida a canção "Reuters"  canta "nosso próprio correspondente, lamento dizer, de um tempo inquieto, onde nem tudo está bem". Daí em diante seguem-se várias músicas bastante minimalistas, ou seja, economizando nos vocais e no instrumental, as vezes quase reduzindo tudo à uma simples batida (influencia forte no grupo alemão "Trio"), como em "Three Girl Rhumba". As vezes, as músicas acabam abruptamente, quando justamente elas parecem fazer o ouvinte se preparar para 'agitar', como mandando a mensagem de "ei, não se empolgue demais, não somos pop". As letras muitas vezes parecem não dizer coisa alguma, mas uma atenção mais caprichada nelas, demonstra que elas possuem sim, a sua mensagem. E temos também vários 'pure punk music' como "Surgeon's Girl", "Straight Line", "Mr Suit", "Different to me" entre outras. As minhas duas prediletas são "Champs" que introduz quase do nada acordes vindos de uma Stratocaster e a encerra de maneira magnífica, a la 'rock n'roll' dos anos 50, e também a punk até a medula "12xU", de duração bastante curta como tem que ser uma boa canção punk"

Indico a todos aqueles que querem curtir um bom som de rock.

Link para download: http://www.mediafire.com/?jjnfyjmmoub  


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Grandes Discos que muita gente diz ter ouvido, mas bem poucos se lembram ou na verdade, não o ouviram mesmo, parte VI

Kraftwerk-Trans-Europe Express (1977)

Quando o Kraftwerk gravou "Trans-Europe Express" eles já eram veteranos no campo da música eletrônica, isso em uma época em que a música eletrônica ainda engatinhava no mundo pop. Eles haviam absorvido todo o estudo dos precursores eletrônicos, em especial o maestro e compositor alemão Karlheinz Stockhausen, que fez alguns trabalhos interessantes no campo, mas muito mais teóricos do que realmente musicais. Por isso, a crítica da época por vezes escrevia que o Kraftwerk fazia 'anti-música', sem vida e mecânica, o que não é verdade. Apesar do ritmo ser realmente parecido com os 'tic-tacs' dos metrônomos, há boas melodias na obra do grupo. O disco comentado aqui trazia o grupo no seu auge, e talvez junto com  alguns trabalhos do italiano Giorgio Moroder, o nascimento da música eletrônica pop, que culminaria já na década seguinte e explodiria nos anos 90 e 2000. Claro, se a molecada de hoje for escutar Kraftwerk vai achar provavelmente um tédio, porque o grupo se considerava estudioso, quase considerado música erudita e fazia música como tal, por isso, a música dos alemães é só para os já iniciados, embora em "Trans-Europe Express" possua uma música cuja base foi utilizada dezenas de vezes, e falo da misteriosa "Hall of Mirrors". A faixa inicial "Europe Endless" é regida pela tradicional base mecânica da banda, mas ela hipnotiza o ouvinte, assim também como a faixa-título e "Metal on Metal".
O Kraftwerk faria apenas mais um disco relevante, o "Computer World" e produziria apenas um semi-hit mundial, "Das Model", cuja abertura é facilmente reconhecida. O legado do Kraft é inestimável: sua música tida como 'fria' e "mecânica' acabaria gerando alguns anos depois as raves, esse festival jovem da energia e da pulsação.

Link para download: http://depositfiles.com/files/db6ahu78i