sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Grandes Discos que somente meia-dúzia ouviram, Parte XII

The Fuzz- Fuzz (2013)

Vários músicos mundo afora realizam projetos paralelos a suas bandas principais. Não raro é ver o projeto sair melhor do que a matriz, embora sempre venda bem menos. A banda Fuzz é um projeto do baterista Ty Segall, conhecido na cena alternativa. Pois dentre outras dezenas de projetos, Segall encarna também o Fuzz, uma mistura energética de punk, grunge, psicodélico, fuzz e stoner rock, com arranjos simples, mas poderosos, econômicos, mas pungentes. Não é nada de inovador, absolutamente longe de ser qualquer revolução musical, porém traz coisas difíceis de se ouvir nas bandas ditas rock de hoje em dia, até mesmo apresentando uma postura menos poser e mais combativa. O álbum começa com "Earthen Gate" que quase desanima e você esperando mais um daqueles chatíssimos álbuns alternativos que não levam a lugar algum, então aos 1:45 minuto os pacientes são recompensados com um riff memorável, digno do rock sem frescuras e Segall branda "Hide your eyes, hide your lies". A segunda faixa, "Sleigh Ride" é como se o Deep Purple de "Burn" rejuvenescesse, com um bridge  descontrolado e que leva ao refrão "we chase pace racing, the white light". A terceira faixa, a mais conhecida do álbum (isso eu retirei de pesquisas da internet, pois eu não conheço ninguém além de mim que já tenha ouvido o álbum), "What´s In My Head", que poderia ser colocada perfeitamente no disco "In Utero" do Nirvana, seja pela sonoridade, quanto pela letra. A minha faixa predileta vem a seguir, "Hazemaze", com uma introdução que leva ao Sabbath de "Masters of Reality", para adentrar em um stomp versos afora. No meio da música, após o solo, a guitarra, o baixo e a bateria preparam o terreno para a segunda parte, uma enxurrada de energia e stoner rock, com Segall vociferando pausadamente " I found the truth, it came from our hand, it spoke with force, it came from sand", deixando claro que o novo é o velho, mas renascido. Mais peso Sabbath em "Loose Sutures", e que mais uma vez na metade da música, lembra que o quarteto de Birmingham é uma de suas grandes influências. "Preacher" vem a seguir, com uma pegada claramente punk/grunge, e que é notadamente a música mais pop do álbum. "Raise" tem uma levada mais blueseira, mas é claro, o peso se faz presente. E encerrando o álbum, a jam de "One" lembra o The Stooges em seus momentos mais raivosos.
Eu, que pesquiso bastante sobre bandas atuais, raramente tenho encontrado algo que me chame a atenção,pois 98% é mais do mesmo, mesmo. The Fuzz consegue ser diferente, mesmo que aquilo que faça já venha sendo feito desde 1969...

Link para download: http://uploaded.net/file/cqtzypj6/Fuzz-Fuzz-2013-B2R.rar

Ouça o disco completo:

 http://www.youtube.com/watch?v=twylUtWKdt4



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