domingo, 17 de novembro de 2013

Seres irritantes do Cotidiano, Parte II

Ernesto- O pseudo-intelectual do ano

Ernesto tem a certeza absoluta que é intelectual e provavelmente uma das pessoas mais cultas do país, quiçá do mundo. O pior é que Ernesto é tão intelectual quanto a Xuxa Meneghel. Para ele, "Sociedade dos Poetas Mortos" é um filme sobrenatural, as obras de Paulo Coelho o supra-sumo da literatura mundial e a discografia do Chico Buarque muito superior as obras de Bach (do qual ele só conhece a "Ave-Maria", que na verdade, nem "Ave-Maria" é). Ernesto adora ir em festas para dissertar sobre assuntos diversos, discorre com magnificência sobre política, embora esta magnificência alcança um pouco mais do que o óbvio. Ernesto nunca conseguiu passar em Concursos Públicos (já tentou 6 vezes) no que o leva a velha máxima de que "concursos são manipulados", mesmo sabendo que o Prefeito seja seu irmão.


Flavinha- A engraçadinha


Flavinha adora fazer piadas sobre tudo, mas nunca são engraçadas. Pregar peças nos seus amigos de trabalho está dentre seus passatempos prediletos, e seus colegas a odeiam profundamente e só a toleram (ou melhor, são obrigados a tolerar) por ela ser sobrinha do dono da empresa. Nas festas de fim de ano, Flavinha torna-se particularmente insuportável, sempre roubando o microfone para cantar alguma música sertaneja (e fingindo chorar nos ombros do primeiro azarado que esteja próximo), dançando exageradamente para chamar a atenção (e chama, mas negativamente) e seu predileto, brincando com a comida. Flavinha, que até é uma mulher bonita, já teve 5 namorados, porém nenhum dos namoros durou mais de 2 meses.

Betão- O fanático por futebol


Se o futebol fosse proibido, Betão ou cometeria suicídio ou seria preso em 5 minutos. Betão não fica um instante sem falar em futebol, e defende apaixonadamente e as raias da obsessão o seu time de futebol, que não poderia deixar de ser o Flamengo. Betão assina três jornais esportivos, campeonato brasileiro completo em TV paga, assiste a todas as mesas redondas e briga todo santo final de semana com seus vizinhos vascaínos, tricolores, botafoguenses. De fato, Betão briga até com torcedores do Olaria e do  Mogi-Mirim, contabilizando cerca de 10 prisões por agressão física (embora Betão tenha apanhado em todas elas) e 25 autos por perturbação do sossego (em cada vitória do Flamengo). Betão é tão chato que nenhuma torcida organizada o aceitou.



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