terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Robert Schumann- Réquiem para Coro e Orquestra op.148

 A contribuição de Robert Schumann para a música sacra em latim limita-se à duas obras, até hoje ignoradas nas apresentações musicais: a Missa em dó menor op.147 e o Réquiem em ré bemol, op.148.

Ambas surgiram na primavera de 1852 em Düsseldorf onde Schumann passou os últimos anos, como diretor musical, antes que sua energia criativa tivesse sido cerceada por uma doença incurável. Nessa época Schumann dirigia anualmente dez concertos, além de ensaiar semanalmente os 130 membros da associação musical. É de supor-se que as duas obras, o Réquiem e a Missa, tenham sido escritos para atender a compromissos na igreja. A Missa em só menor foi estreada em Düsseldorf no ano da sua composição, enquanto o Réquiem teve que aguardar até 8 anos após a morte de seu autor, a fim de ser executada em Viena (1864).

Robert Schumann (1810-1856)


Os seus oratórios profanos- "Peregrinação da rosa", "O paraíso e a Peri", "Réquiem para Mignon" e "Cenas do Fausto de Goethe"- representam conquistas de novas formas musicais, enquanto as duas obras sacras, por força, tinham de basear-se na forma tradicional das composições correntes até hoje na histórica da música ocidental. 

O Réquiem deve a sua feição musical aos intensos estudos de composição e técnica da fuga dos anos 1845/46 e sobretudo ao estilo coral específico que Schumann soube desenvolver a partir dos seus oratórios profanos. Melodiosamente fluente, sonoridade cheia, muitas vezes homófona, aproveitamento da harmonia "romântica" e o perene fluir dos solos e coros são os seus traços mais marcantes. 

(texto de Wolfgang Zilcher, maestro da gravação para a Gravadora Calig)  

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Franz Schubert (1797-1828)- Sinfonia nº9 em Dó Maior, D.944, intitulada "A Grande"

 Em março de 1824, um ano e meio depois da composição da "Inacabada", Schubert escrevia a seu amigo Kupelwieser ter iniciado um novo quarteto para cordas e um octeto, querendo assim "abrir caminho no sentido da grande forma sinfônica". Mas o ideal sinfônico do musicista e compositor vienense se realizou numa única obra, antes de novembro de 1828, quando morreu com apenas 31 anos de idade: a Sinfonia em Dó Maior, D.944, dita anteriormente  a Sétima e definida hoje, segundo uma numeração atualizada, como a Nona de Schubert.



As palavras de Robert Schumann, um admirador entusiasta de Schubert, "a divina extensão desta sinfonia, como um grande romance de Jean Paul, que não pode acabar nunca..." ficaram associadas à obra desde a primeira execução e deram lugar a equívocos evidentemente indestrutíveis. Em verdade, eles podem facilmente fazer pensar que o genial lírico e criador melódico em sua assim chamada "Grande" Sinfonia em Dó Maior (em contraposição à "Pequena", nº 6) tenha se esquecido de si mesmo, indo além de qualquer limite formal. Nada porém, é mais errôneo do que tal observação. Schubert era -coisa frequentemente ignorada- um compositor que nos poucos anos que lhe foram concedidos experimento uma incrível evolução espiritual e musical, e obras como o último Quarteto para Cordas, o Quinteto op.163 e também e sobretudo a Nona, pouco ou nada têm em comum com algumas das suas primeiras sonatas, que se apresentam como uma música dos "belos momentos", despreocupada e inserida nos esquemas tradicionais. 

Em suas últimas obras, Schubert segui os princípios composicionais do admirado Beethoven e tentou dar a cada composição um desenvolvimento formal lógico e individual, conseguindo-o de maneira apenas pessoal. Completamente "schubertianos" e novos são os acentos românticos da música, presentes já no tema introdutório da trompa, as delicadas cores húngaras do segundo movimento, que é quase uma marcha, e a forma mais melodicamente expansiva do que concentrada nos motivos.

Por outro lado, em cada um dos quatro movimentos, reconhece-se inconfundivelmente que Schubert absorveu as práticas convencionais dos clássicos de Viena e as integrou sem ruptura na sua linguagem musical. Sobretudo no Finale, com seu primeiro conjunto temático, sinfonicamente "aberto" e impulsionado à frente, e com um tema colateral que na melodia e no acompanhamento deriva até à última nota do material precedente. Mas também para o primeiro movimento Schubert encontrou uma solução formal tão original quanto lógica, isto é, quando no Allegro faz ressoar mais vezes o tema da trompa do Andante introdutório e termina o movimento com a volta em fortissimo, do mesmo tema.

O fato de a Sinfonia em dó maior representar, pois, um exemplo de equilíbrio formal e ser, não obstante suas vastas dimensões, o resultado sonoro de uma linearidade lapidar e serena, deriva talvez de Schubert- como relevam estudos recentes- antes de terminar a partitura, em março de 1828, se ter dedicado à obra de maneira mais intensa e extensa do que até agora se supunha.

No que tange á sorte que essa música teve em seguida, já se escreveu muito: a Sociedade dos Amigos da Música, de Viena, a rejeitou depois dos primeiros ensaios. Após a morte de Schubert foi posta sob a guarda do irmão, Ferdinand. Robert Schumann a descobriu dez anos mais tarde e ele se imcumbiu de enviá-la à Gewandhaus, de Leipzig, onde a 21 de março de 1839 a Sinfonia em dó maior foi executada sob a direção de Felix Mendelssohn.

Conforme as palavras de Schumann, teve um efeito sobre os ouvintes "como nenhuma outra, depois das beethovianas"



(Texto de Ingo Harden, para o álbum da Deutsche Grammophon, edição de 1977)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Leituras para curar a insônia, Parte VI

RANKING DE PÚBLICO - CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 - SÉRIES A,B,C e D

(Na coluna "Posição em 2013", o número entre parênteses demonstra a variação do clube em relação ao Brasileiro de 2013. Se positivo, o número de posições que o clube subiu. Se negativo, o número de posições que decaiu)

Posição
Clube
Posição em 2013
(diferença 2014-2013)
Divisão
Média de Público
01
FLAMENGO (RJ)
03º (+2)
A
30518,78
02
CRUZEIRO (MG)
01º (-1 )
A
29568,73
03
CORINTHIANS (SP)
04º (+1)
A
28960,42
04
SÃO PAULO (SP)
05º (+1)
A
28543,63
05
INTERNACIONAL (RS)
29º (+24)
A
22318,47
06
FLUMINENSE (RJ)
06º ( - )
A
21271,89
07
GRÊMIO (RS)
08º ( +2)
A
21026,78
08
PALMEIRAS (SP)
13º (+5)
B
19754,89
09
SPORT (PE)
12º (+3)
A
18219,94
10
FORTALEZA (CE)
17º (+7)
C
16930,90
11
ATLÉTICO (MG)
19º (+8)
A
14126,73
12
VASCO DA GAMA (RJ)
07º (-5)
B
13779,63
13
SANTA CRUZ (PE)
02º (-11)
B
13377,00
14
SAMPAIO CORRÊA (MA)
09º (-5 )
B
13220,10
15
BOTAFOGO (RJ)
11º (-4)
A
12482,73
16
BAHIA (BA)
10º (-6)
A
11916,52
17
CORITIBA (PR)
15º (-2)
A
11879,10
18
CEARÁ (CE)
16º (-2)
B
11527,00
19
PAISANDÚ (PA)
28º (+9)
C
10570,41
20
VITÓRIA (BA)
14º (-6)
A
10267,10
21
CHAPECOENSE (SC)
31º (+10)
A
10055,52
22
JOINVILLE (SC)
25º (+3)
B
10003,21
23
ATLÉTICO (PR)
24º (+1)
A
9660,94
24
CRICIÚMA (SC)
20º (+4)
A
9104,00
25
SANTOS (SP)
23º (+2)
A
8563,68
26
FIGUEIRENSE (SC)
36º (+10)
A
8378,00
27
SALGUEIRO (PE)
30º (+3)
C
8222,00
28
CENTRAL (PE)
26º (-2)
D
7675,80
29
GOIÁS (GO)
18º (-9)
A
6957,84
30
MOTO CLUBE (MA)
Não participou
D
6696,10
31
NÁUTICO (PE)
22º (-9)
B
6629,73
32
REMO (PA)
Não participou
D
6495,20
33
AMÉRICA (MG)
47º (+14)
B
6370,73
34
PONTE PRETA (SP)
32º (-2)
B
6200,21
35
PORTO (PE)
Não participou
D
6071,50
36
BOTAFOGO (PB)
27º (-9)
C
5963,55
37
CRB (AL)
33º (-4)
C
5648,40
38
ABC (RN)
40º (+2)
B
5264,42
39
AVAÍ (SC)
35º (-4)
B
5056,52
40
LONDRINA (PR)
38º (-2)
D
5035,42
41
CUIABÁ (MT)
84º (+43)
C
4824,30
42
ANAPOLINA (GO)
Não participou
D
4207,00
43
BRASIL (RS)
Não participou
D
3945,50
44
AMÉRICA (RN)
54º (+10)
B
3944,68
45
VILA NOVA (GO)
21º (-23)
B
3927,73
46
OPERÁRIO (MT)
Não participou
D
3455,60
47
PARANÁ (PR)
34º (-13)
B
3274,89
48
RIVER (PI)
Não participou
D
3231,25
49
TUPI (MG)
59º (+10)
C
3091,60
50
ASA (AL)
52º (+2)
C
2894,00
51
BRAGANTINO (SP)
69º (+18)
B
2760,05
52
LUVERDENSE (MT)
64º (+12)
B
2678,15
53
CONFIANÇA (SE)
Não participou
D
2602,10
54
CAMPINENSE (PB)
Não participou
D
2568,75
55
JUVENTUDE (RS)
44º (-11)
C
2297,40
56
ICASA (CE)
45º (-11)
B
2278,36
57
ATLÉTICO (GO)
42º (-15)
B
2149,68
58
BOA ESPORTE (MG)
55º (-3)
B
1946,52
59
CAXIAS (RS)
48º (-11)
C
1923,20
60
GLOBO (RN)
Não participou
D
1861,25
61
OESTE (SP)
49º (-12)
B
1764,94
62
MOGI-MIRIM (SP)
72º (+10)
C
1723,00
63
TREZE (PB)
39º (-24)
C
1705,10
64
MACAÉ (RJ)
53º (-11)
C
1484,50
65
CRAC (GO)
41º (-24)
C
1478,40
66
METROPOLITANO (SC)
57º (-9)
D
1416,60
67
GUARANI (SP)
43º (-24)
C
1385,70
68
BRASILIENSE (DF)
62º (-6)
D
1255,10
69
ESTRELA DO NORTE (ES)
Não participou
D
1249,25
70
PRINCESA DO SOLIMÕES (AM)
Não participou
D
1182,60
71
RIO BRANCO (AC)
75º (+4)
D
1154,60
72
MARINGÁ (PR)
Não participou
D
1141,00
73
ITUANO (SP)
Não participou
D
1107,60
74
TOMBENSE (MG)
Não participou
D
1101,50
75
PORTUGUESA (SP)
37º (-38)
B
994,73
76
GUARANY (CE)
74º (-2)
D
821,75
77
ÁGUIA DE MARABÁ (PA)
70º (-7)
C
724,40
78
PELOTAS (RS)
Não participou
D
720,25
79
PENAPOLENSE (SP)
82º (+3)
D
699,00
80
GUARATINGUETÁ (SP)
60º (-20)
C
609,40
81
MADUREIRA (RJ)
86º (+5)
C
517,70
82
ATLÉTICO (AC)
Não participou
D
501,00
83
BARAÚNAS (RN)
76º (-7)
D
497,25
84
CORURIPE (AL)
Não participou
D
490,25
85
LUZIÂNIA (DF)
Não participou
D
488,75
86
JACUIPENSE (BA)
Não participou
D
456,30
87
BETIM (MG)
96º (+9)
D
407,25
88
SÃO CAETANO (SP)
78º (-10)
C
385,80
89
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA)
73º (-16)
D
384,75
90
INTERPORTO (TO)
Não participou
D
341,25
91
VILLA NOVA (MG)
98º (-7)
D
318,00
92
CABOFRIENSE (RJ)
Não participou
D
316,25
93
GUARANI (SC)
Não participou
D
308,50
94
GENUS (RO)
95º (+1)
D
308,00
95
SANTOS (AP)
Não participou
D
283,10
96
BOAVISTA (RJ)
Não participou
D
274,75
97
DUQUE DE CAXIAS (RJ)
89º (-8)
C
259,10
98
SÃO RAIMUNDO (RR)
Não participou
D
237,40
99
GOIANESIA (GO)
50º (-49)
D
226,75
100
GRÊMIO BARUERI (SP)
71º (-29)
D
222,25
101
ITAPORÃ (MS)
Não participou
D
161,25